Sorte no jogo?
O telefone toca insistente. Seu toque metálico ecoa no silêncio da sala. Ela corre com o coração aos pinotes e estaca ao lado dele. Estava esperando esta ligação há tanto tempo que tem até medo de atender. E se não for ele? E se for um vendedor de assinaturas dO Globo? Ou algum destes atendentes oferecendo um cartão de crédito?
O telefone volta a tocar. Merda. Melhor atender.
_Alô?
_Demorei muito a ligar?
É ele! Ela simula indiferença. Não é mulher de entregar as coisas assim de bandeja.
_Que isso! Desculpe demorar atender, mas sabe como é...muito trabalho.
Mentira. Passou a última semana toda sem conseguir fazer nada, nem a unha, parada em frente ao maldito telefone. Mas ele não tinha como saber, tinha?
_Eu sei. Por isso demorei a ligar. Negócios...Mas você gostaria de beber alguma coisa hoje? Ou sair para dançar?
_Hoje!? Não sei. Está meio em cima, né?
Quem ele pensa que ela é? Acha que é assim? Demora uma semana pra ligar e acha que ela vai estar à disposição dele?
_Então tudo bem. Fica pra próxima. Um beijo.
Clique. Clique? Ele desligou? Filho da puta! Bom, melhor fazer a unha. Mas e se ele ligar nesse meio tempo? Melhor continuar ao lado do telefone. Só por via das dúvidas.
2 comentários:
Eu bem que me considero um jogador...
Nem sempre é saudável, mas vez ou outra é bom. Talvez seja meu jeito "House" de ser.
Adorei o texto :)
Apesar da opinião majoritária, definitivamente não me considero um jogador, ou melhor, se eu for, certamente serei do tipo looser.
Pela demonstração de interesse do sujeito, aposto que a companhia que ele tinha furou com ele na última hora, daí ele lembrou que tinha um "Plano B".
;)
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