30 outubro 2006

Testando as asinhas

Tempos estranhos estes...
Com meu pai internado há um mês e toda essa incerteza de como vão ficar as coisas, a vida de todo mundo lá de casa parece que está meio em suspenso.
Por mais que tentemos levar as coisas na normalidade, tudo está de pernas para o ar. Nós todos trabalhamos e vamos ao hospital diariamente, mas as coisas evoluem lentamente e de uma maneira difícil: são dois passos para a frente e um para trás.
Agora vivemos em uma casa habitada somente por mulheres (eu, minha mãe, minha irmã, minha avó, minha prima M. e sua filha e minha tia), o que nos traz algum contratempos, como o dia em que a bomba de água não queria desativar e nenhuma de nós sabia tirar o ar (pois sempre foi meu pai quem fez isso).
Apesar de estar unida mais do que nunca a minha família, fico pensando se não é hora de testar minhas próprias asas e ir morar sozinha...É uma coisa que sempre quis, mas ficava adiando, adiando...talvez esperando o príncipe encantado que viria me levar em sua carruagem dourada para a terra do "felizes para sempre".
Tudo isso que vem acontecendo me mostrou que adiar muito os nossos planos não parece uma boa coisa.
É isso.
Ainda pensando...(e olhando os classificados).

25 outubro 2006

Pagando mico no hospital

O Quinta D'Or, onde meu pai está internado, é um excelente hospital. E o que me deixou bastante feliz foi encontrar um médico conhecido (que estudou ou trabalhou na UERJ, onde me formei) a cada corredor.
É uma festa! V´rios e vários rostos conhecidos: ex-residentes, ex-colegas de turma, ex-professores...
Eu já viro preparada. Numa dessas cruzei com um rosto familiar.
_Eu conheço você...
Parei e fiz uma expressão de reconhecimento.A moça sorriu na minha direção e eu pensei: PIMBA! É da UERJ.
_Você era médica da UERJ?
Ela balançou negativamente a cabeça:
_Não, você deve estar me confundindo...
Encucada, olhei o adesivo na roupa dela e estava lá: Claudia Mauro.
A atriz da Globo, gente! E eu confundindo a mulher com uma médica! No mínimo ela deu um sorriso simpático achando que eu ia pedir um autógrafo...
Segundo Hades, ela saiu dali e correu para o banheiro para tentar suicídio (prendeu a respiração por 20 segundos)...

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O blog anda meio largadinho porque meu pai piorou. Ele ainda está no CTI, só que agora está com uma meningite e hipertensão intracraniana.
Continuo rezando.

19 outubro 2006

Seria cômico...se não fosse trágico

O papo era sobre acidentes que fazem as pessoas mudarem suas vidas e reverem seus valores.
Aí minha prima M. contou sobre uma amiga de 16 anos que era superdoidona:
_ Ah, gente, ela tinha só 16 mas cheirava, tomava ácido e tudo que fizesse ficar doidona. Aí ela viajou com os amigos e foi no colo de uma amiga no banco da frente. Teve um acidente terríível e todos morreram menos ela. Só que ela teve fraturas no rosto e em todos os membros e não apagou em momento algum! Foram hooooooooooooooras de resgate e ela lá: acordadona.
Impressionada com o relato, comentei:
_Nossa! Ela deve teer mudado realmente de vida! Ela largou as drogas?
Minha prima, com ar grave:
_Mudou mesmo. Largou...claro que largou.
Eu assenti, comovida, e ela completou, séria:
_Agora ela só fuma maconha.
AAAaaaaaaaaaah tá. Então tá bom.

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Queria agradecer a todos que estão rezando e fazendo pensamento positivo para o meu pai. Ele passou por duas neurocirurgias delicadas, ainda está em coma induzido, mas está estabilizando. A cada dia, parece haver uma melhora pequenina.

Deus abençoe a todos e muito obrigada.

08 outubro 2006

Ajuda

Meu pai sofreu um acidente grave, teve um trauma craniano com hemorragia cerebral e está no CTI.
Meu pai é um homem forte e que sempre admirei demais, demais...um guerreiro.
Mas, agora, mesmo sendo médica (ou até por causa disso) eu estou perdida.
Minha fé nunca foi muito forte e neste momento, infelizmente, a única coisa que eu posso fazer é rezar.
Queria pedir a quem estiver lendo este post, que dedique uma oração a ele.
O nome dele é Glauco José de Magalhães Gomes.
Agradeço a quem puder orar.

06 outubro 2006

Divagações sobre o trânsito_ou_Caralho, motorista, o sinal tá vermelhooooooooo!

Não sei como anda o trãnsito na cidade de vocês, mas aqui no Rio está uma loucura, ultimamente.
E não só pelo excesso de carros, mas também pelo excesso de ônibus, táxis, vans e o pior de tudo: pelas malditas kombis.
As kombis são como aquela música do Djavan que diz "Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha". Se desgosto de filha engorda eu não sei, mas as kombis engordam e matam pelo stress e ansiedade que você é obrigado a passar dentro delas (não vou chamar de veículo porque seria elogio)...
É tanto stress que você se empanturra de comida tentando desviar a atenção das barbaridades que os loucos dos motoristas fazem.
Quanto à morte, ela pode ocorrer de três formas bem distintas: ou você morre de susto quando o motorista aciona aquela buzina multifuncional (que tem som de porco, cavalo, chama a moça da calçada de gostosa ou outra barbaridade qualquer), enfartado ao ver alguma das milhares de barbeiragens que eles cometem por hora ou ainda em algum acidente provocado pela imperícia e imprudência dos condutores.
E as kombis devem se reproduzir por partenogênese...porque a cada dia parece que elas dobraram de número! Impressionante.

Outro dia eu ia para o aeroporto e, na falta de um ônibus, peguei uma kombi (táxi é coisa para milionário hoje em dia). Eu era a única passageira. Assim que entrei, o cobrador (que tinha cabelos fortemente oxigenaados, colar prateado da grossura de um polegar e era uma mistura do cantor Latino com o bonde do Tigrão) colou seu rosto no meu e sussurrou com voz pretensamente sexy:
_Terminal 1 ou 2, gata?
Eu, completamente acuada, com a voz sumida de tensão, respondi:
_um...........
Mas deu tudo certo e eu cheguei bem nesse dia.

Hoje eu vinha para o trabalho e vi uma kombi passando, com um papel enooooooorme colado nos vidros laterais, traseiros e na frente: NÃO È LOTADA!
A que ponto chegamos......

05 outubro 2006

É de família_ou_Aterrorizando as velhinhas no 910

Minha irmã passou por uma situação ainda pior do que minha atuação como a exibicionista de congonhas...
Ela estava vindo para casa da faculdade, pois entrou de férias ontem e vinha para casa cheia de alegria e expectativa.
Antes de sair do alojamento, contou para o amigo que estava vindo e ele, abnegadamente, resolveu fazer uma doação:
_Olha I., eu vou ficar por aqui mesmo. Então vou te dar uma coisa que ganhei e talvez você precise nas férias lá no Rio...
E sacou vários envelopes de Jontex. Pra mais de trinta...
Ela agradeceu o presente, guardou na bolsa e pegou o ônibus para casa. Na hora de passar na roleta, foi procurar o dinheiro na bolsa e...tcharan!
Óóóóóóbvio que começaram a voar camisinhas por todos os lados do chão do coletivo.
Muitos olhos arregalados, senhorinhas se benzendo e homens safados mordendo os lábios, enquanto a criatura tentava reunir seu presente na "bolsa de Pandora". Pronto: agora eu sou a tarada de Congonhas e ela é a tarada do 910.
Acho que ser a tarada de Congonhas é mais estiloso...mas o fato é que esse tipo de mico deve ser genético. Só pode ser...

04 outubro 2006

Dissecando antigos clichês

Eu estava lendo a Veja da semana passada e um dos escritores de uma série que eu adoro (Sex and the city) estava dando uma entrevista.
Ele falava sobre as diferenças entre homens e mulheres e repetia um clichê que até hoje me intriga:
Se você quer que um homem te leve a sério, não deve transar com ele na primeira noite e nem mostrar que está muito interessada. Tem que fazer um certo mistério.

Se for depender de seguir este conselho e ser misteriosa e fatal como Jessica Rabbit, acho que vou morrer solteirona.
Porque, não sei o que vocês pensam em relação a isto, mas eu sempre achei que o mais bacana num relacionamento, o que o faz ser recompensador...é justamente a espontaneidade!

É você se mostrar exatamente como é, rir dos seus erros e defeitos, zoar os do seu companheiro e, principalmente: ter intimidade e cumplicidade!
Como isto é possível se você passar a maior parte do tempo sendo misteriosa e fingindo não ter um interesse que você na realidade tem?

03 outubro 2006

E a tarada de Congonhas ataca mais uma vez

Eu confesso que não sou a mais puritana das moças, mas no domingo eu fiquei um pouco...er...desconcertada. Depois de ter conseguido sair ilesa do episódio envolvendo as algemas, acabei passando vergonha em Congonhas.
Estava na fila do embarque em uma despedida cinematográfica com meu Hades, quando me virei para entrar e vi Hades arremessando seu casaco ao chão e voando mais longe que goleiro em final de copa do mundo.
Muda e sem entender nada, vi ele se aproximar de mim com o casaco embolado e cochicar no meu ouvido:
_ Achei que você só mostrava suas calcinhas para mim, amor...
Isso mesmo. Minha mala tinha aberto e uma calcinha preta de renda tinha caído em pleno saguão do aeoporto.
Ai, minha Nossa Senhora das Calcinhas Rendadas, proteja-me dos micos, por favor!