É genti perturbano genti, dá pra fazê **
Esta semana começou com um paciente mimoso. Para iniciar o exame ele já chegou dizendo que não conseguia desamarrar os sapatos ou tirar as meias e que em casa ele chamava o porteiro (!) para fazer isso para ele. Eu desamarrei na maior boa vontade. Aí ele disse que não conseguia deitar ("aloooou! Você dorme em pé?" deu vontade de perguntar).
Ele nos perturbou o dia inteiro porque o bicho-ruim/capiroto/sete-peles é como O Todo Poderoso, ele também não dá ponto sem nó, então claaaaaaaaaaaaaro que um chatonildo desses não ia fazer um exame rápido e sim um com duração de SETE MALDITAS HORAS.
Quando a criatura saiu a sensação de alegria foi como a vitória de um campeonato: pessoas se abraçando, estourando champanhe, chorando, fazendo despacho de agradecimento na esquina...ok, exagerei um pouco, fiquemos só com a alegria INTENSA.
No dia seguinte, qual não é minha surpresa ao dar de cara com a oferenda às SETE E MEIA DA MANHÃ.
B: _O senhor precisa de alguma coisa?
OFERENDA: _Eu esqueci uma coisa na sala de exame. Preciso entrar lá e procurar.
B:_O que o senhor esqueceu? Chave? Pente? Lenço?
OFERENDA: _Um parafuso.*
Resposta imaginada: "O mais importante é a pessoa reconhecer o seu próprio problema. Aqui nós não podemos lhe ajudar, mas se o senhor quiser, podemos indicar quem possa. Aceita o telefone de um psiquiatra?"
*Parece que o parafuso era de um segredo do carro. Geeeeente, carro com segredo é coisa da época do meu avô...medo de sequer perguntar qual é o carro da criatura.
**homenagem a Leonardo Quintão o candidato de Belo Horizonte. Não deixem de assistir a versão do Tom Cavalcante.